sexta-feira, 8 de novembro de 2019

Surgimento do Pensamento.

Se existia uma grandiosa floresta, tão perfeita em formas e espaços, dos quais harmonicamente se passavam a luz dentre as copas das árvores ao chão, florescendo as miúdas flores e acontecendo de dentre elas por caminhos, viam-se serpenteando mínimos rios que mais pareciam fios de águas a levarem frescor as frágeis flores. 
Passeavam naqueles dias, os Nous, observando de canto a canto, harmonizando e aprimorando a tudo que se existia ali. Mas um dentre eles, vinha a todas as criaturas na floresta, os homens, animais, plantas e minérios, lhes provocando a participarem de sua proposta, pois aqueles que dela participassem, seriam semelhantes aos Nous 
Todos se detiveram, muitos por medo, outros por dúvida e alguns por vergonha, mas houve um homem que aceitou a proposta do Nous. E então, o Nous lhe dirigiu para um poço, o qual possuía em seu fundo um pequeno fruto, devendo o homem retornar a superfície com o fruto na mão e entregar ao Nous. E ao se lançar afundando-se no poço, mergulhando, sofrendo de corpo e mente pela pressão, onde lhes escapava conforme descia a consciência e o ar, mesmo com o sofrimento, chegou-se ao fundo, colhendo e retornando a superfície. Chegou-se ao Nous, lhe entregando o fruto e assim, o Nous lhe disse que agora era um igual, afastando-se do homem todos, os Nous e todos da floresta, deixando-o somente consigo.  

domingo, 6 de outubro de 2019

Hiram Abiff.


Tão grandioso mestre, o qual tão prontamente construía o templo, operando pelo esquadro e compasso a máxima maestria. Em exatidão de belas formas, espaços concêntricos a se harmonizarem, gerando na maravilha de materiais diversos, os quais unidos foram no gerar a forma sublime que foi o Templo de Salomão.  

terça-feira, 3 de setembro de 2019

Dá-me o dom do Discurso Anansi.


Oh Kwaku Ananse, tu que dentre todos és o mais pequeno, caminha em direção ao perigo sem que esteja armado e volta-se sem o minimo arranhão. Por tua astúcia, os poderosos e sábios são feitos tolos, pois te menosprezam e te ridicularizam, onde tu aproveita-se disto, conseguindo dos deuses todas as maravilhas.

Deixe-me ter a tua hábil maestria ao tecer discursos e ao convencer até do improvável, tendo deles a máxima convicção.

Sei que dentre todos neste mundo vê que nós, somos ainda os mais menosprezados e diminuídos, mas dentre os de minha casa, sou eu o menor.

Dá-me tua exímia tecedura e cantarei a ti, ofertarei frutas e perfumas até que se findem os dias de minha vida. Ouve-me e dá-me voz. 

sábado, 31 de agosto de 2019

O que é Arte? - #Reflexão.


Oh Apolo!
Oh Atena!
Oh Afrodite!
Oh Calíope! 

Ajudem-me, conduzindo minhas palavras, não errando e nem mesmo ferindo o pensamento de ser nenhum. 
A arte esta sendo conduzida pelo coração de seus feitores, onde embriagados de seus sentimentos e crenças, a inundam, dando forma a ela, lhe impregnando como a entendem, desejosos de seus sentimentos a embelezarem e lhe dão partes de sua alma. Carregam-na de seus conflitos, defeitos e virtudes, tornando-a impar e por outras vezes par, cheia de melodia e tons, mas tudo isto, origina-se pelos sons ou ruídos de seus corações.

Existem os que a entendem, exaltando-na como os antigos, mais bela que o possível, um cântico gigantesco, a beleza sendo mais bela que o natural, suas feições mais delicadas que o entendível, esta exaltação, exprime em tons de frustrações e lamentações uma desilusão. Como os poetas que escrevem grandes belezas sobre o amor, mesmo nunca tendo amado ou sido amado, mostram a idealização, este ponto de sonho, cheio de decepções, tristezas e dor. Mas encontram nos belos gracejos que exprimem, na linguagem possuindo uma intonação como cânticos, melodias e harmonias, palavras tão belas, uma forma de respiro, de aconchego e de escapismo em tormentos pela superestima que dão a dona Arte.

Enquanto existem outros que a exprimem, pelo modo como a enxergam, sentimentos tão corriqueiros e tão conflitantes, mas superficiais, cheios de ilusões e preconceitos. Formas de prazeres e dores que se mesclam, seus rostos cheios de confusão, somente possuem o entendimento de estarem o sentindo, expressando em meio aos turbilhões de sons, melodias e canções as sensações e emoções, mergulhando em seus próprios corações mais voltas e voltas. Dão eles a dona Arte um movimento continuo, mas superficial e muito sensível com um corpo muito ferido por tantas voltas.

Aos que se entregam a simplicidade do natural, suas curvas e tons, não possuindo qualquer diminuição ou aumento de qualquer beleza, nem mesmo qualquer movimento, tendem a gerar uma forma simples, sem paixões e também sem alma. Tão povoado pelo silêncio e pelo que suspeitam ser o equilíbrio, permanecendo, tendendo e pouco mudando, dão a bela dona Arte uma aparência muito esquecível e confortável. 

E aos que a vestem com os extremos de seus sentimentos, lhe enfeitando com o caos de seus corações, fazem criações e destruições, tão volúveis como a Fortuna, fazendo ser confusa a dona Arte, lhe dando sensualidade e por vezes ao mesmo tempo do oposto. Sendo difíceis de entender-se, como se toda a lógica tende-se a ruir, colapsar e se desestabilizar, rodopiando nas confusões dos corações de seus devotos, estando diante desta dona Arte um corpo fantasmagórico e sem consistência. 

sexta-feira, 23 de agosto de 2019

Oh Sorte! Oh Fortuna! Oh Abundância!

Oh Sorte!
Oh Fortuna!
Oh Abundância!

Tão volúvel é,
Hora Generosa e Hora Maldosa,
Sorrindo sempre em cada ação,
Atormenta todos pelo seu desejo,
Os destrói com o poder que dá,
Faz os fortes se curvarem aos fracos,
Os ridículos terem mais razão que os sensatos,
Os maus serem soberanos,
E ainda tira deles o poder,
Os fazendo apodrecer,

Dá a todos tanto prazer,
Mas teu humor pode mudar,
Mais pior que o inferno será,
Para aqueles que te zangarem,

Divertindo-se com a mente de todos,
Fazendo-os sofrer e lamentar,
Hora,
Fazendo-os se alegrar e amar,

Ai de mim!
Ai de nós!
Ai de todos!

Por diante de ti estarmos todos nus,
Indefesos,

Nos oprime com a riqueza,
Nos oprime com a pobreza,
Todo prazer transforma em dor,
E toda a dor em prazer,

Oprimindo-nos tanto,
Beneficiando-nos tanto,

Derrama tua abundância,
Dolorosa e Prazerosa a nós,
Sempre nos subjugando,
Até que daqui partamos,
Em som cheio de melancolia. 

sábado, 10 de agosto de 2019

Poço de Mimir.

Ao dirigir meus olhos a este poço, vejo o reflexo meu, em tremular de linha na água, cintila no fundo algo místico que volta-se a mim, olhando-me com tom sublime, sob água na treva há o olho de Odin.

sexta-feira, 28 de junho de 2019

Dante e Virgílio.

Vi à dois homens que a um monte subiam, um vestido de um manto vermelho e outro com um manto branco, possuindo o de branco na sua cabeça a coroa de louros. Ao redor deles, subiam e desciam, homens e mulheres que sobre as costas grandes pedras traziam, os seus rostos caídos ao chão estavam. Viam Dante os perguntar, enquanto caminhando os acompanhava em conversa, estando Virgílio parado a observar, onde os pífios ventos do Purgatório faziam farfalhar as folhas do louro na cabeça.

segunda-feira, 10 de junho de 2019

Loki a Corromper.


Olhai ao irmão em pacto de sangue de Odin, o qual manifesta-se a corromper o coração dos homens, desmanchando por meio de seus atos e palavras toda a ordem. No seu caminhar por entre os homens que se rebelam estes à seus reis e morrem tantos em desgraça ouvindo o eco de seu riso ao longe.

sábado, 25 de maio de 2019

Provar do Proibido.

No momento que os mais belos lábios do fruto provaram, onde ao passar pelo palato e língua, percorrendo da garganta até o estômago, de toda a maravilha, em mínimo instante houve solene silêncio, carregado por todo o jardim de visível tormento e no sentir daquele que do proibido fruto provou, quando dos olhos abriram a ver em si mudança, o presente silêncio tornou-se em solene e unânime de todas as coisas em suspiro de total tristeza.

sexta-feira, 24 de maio de 2019

Faetonte à Cair.


Veja o jovem filho de Apolo, o qual em seu ímpeto deseja a carruagem celeste de seu pai, a qual num cruzar de o céu de poente à poente ilumina todo o mundo, mas os magníficos cavalos, possuidores eles de maravilhoso vigor, movendo-se num galopar abrupto que as rédeas escapam-se das descuidadas mãos do jovem, num cair do alto, enxergam a trágica agonia do cair de Faetonte sobre mar à evaporar que lesionou a gerar no mundo o infértil deserto do Saara.

quarta-feira, 22 de maio de 2019

Amadurecer.


É no toque de Cronos sobre a pele de Eros que de criança à homem transforma-se, enquanto em contínuo transformar-se que as asas do desejo são cortadas e se restauram à crescer novamente, mas a face deste enche-se de sabedoria e malícia ao toque do Tempo.

sexta-feira, 22 de março de 2019

Ao Professor.



Tão imenso e estrondoso é meu choro, nem os condenados que afogam-se no Estige, superariam meu padecer. Pois um filho de Quiron, professor e mestre se fora para além, onde nem em Índia ou China, poderia o buscar, muito além deste revoltoso mar que barqueiros se caíram em horrorosos naufrágios e suas vozes tomadas pelas águas.
Quando este se veio a mim, eu por sempre estar sendo podado e cortado em meu imaginar e nas pífias imaginações de solene menino que eu era, fui revelado o padecer da vida de tormentosa e angustiante responsabilidade.
Como o insolente e intrometido menino que do amar a filosofia e a história como ao deus que nunca o sacrifício tenha feito, sem imolar e perfurar o inocente de minha consciência, este desentendido novilho que caminha agora iniciado, tomado por sacerdote a queimar em Sagrado altar e o vapor ser perfumado as narinas da ditosa Sabedoria. Sou e fui o novilho que fugirá para desconhecido deserto a rochoso altar sacrificado.

quarta-feira, 20 de março de 2019

Madame Bovary.




Lendo o seu livrinho a sonhar,
Encantos e maravilhas no imaginar,
No cotidiano a pestilência da morbidez,
Encontrando em tudo tal mesquinhez,
Aprisionada a correntes no cotidiano,
Mesmo o adultério ser tão mundano,
A história que levanta questionamento,
Da vida em sociedade o tormento,
Sofrendo do papel que se espera,
Tão emocionante frustração que se estrela,
Em todo o lugar nasce o frustar,
Mesmo de quem deve-se o amar.

quarta-feira, 13 de março de 2019

Ouvindo a Calíope.



A lua no agora lamenta no sussurro,
Os ventos em violência ouve-se o urro,
Das flores que agora desabrocham,
Relâmpagos então entoam,
No murmúrio das águas,
No farfalhar das fagulhas,
Ouço a tua voz,
Vindo para todos nós,
Falando de algo inaudível,
Até na palavra ser indescritível,
Dos infinitos desertos a ouvir,
Nestas extensas florestas vou intuir,
Percorrendo a tudo em eterno silêncio,
Me ver buscar a ti no ócio,
Sem de mim mesmo notar sofrimento,
Embriagado do meu ser no momento,
Nas altas ondas o salgado espumar,
Na luz do Sol vem o chorar.

Enquanto procurava a imagem acima, deparo-me com esta linda foto. Sinto que deveria por junto. Eis aqui! Caso não tenha pegado, ela é a Calíope da animação da Disney do Hércules.

sábado, 9 de março de 2019

A Dança da Shakti.



Olhe tu que sempre move,
O som de tuas infinitas jóias se ouve,
Rodopiando na dança majestosa,
De tua habilidade gloriosa,
Do teu corpo gera infinita vida,
Mundos e Universos contigo quem lida?,
Em eterna sedução à Shiva,
Dos teus perfumes o mover exala,
Por teu ventre tudo nasce,
Nascendo do teu infinito êxtase,
Do teu toque em criatura,
Não sendo contida na figura,
A que mantém toda à Maya,
Tua irá pior que ataque de Naja,
Toda mulher manifesta teu poder,
Difícil a ti os corpos não ceder,
No amor à donzela a ti me conduzo,
Em tua inacreditável beleza me curvo,
A encontrando em toda figura feminina,
Carregando a ti dentro em estrela vespertina.

quinta-feira, 7 de março de 2019

Enkidu e Shamhat.


Donzela que mente animal civiliza,
Enkidu transforma-se pela sacerdotisa,
Pela arte de seu amor em alguém civilizado,
Do pleno animal em educado,
Engana-se no acreditar que isto hoje não nos fala,
Pois quem dentre nós não tem algo animal na alma,
Nesta sacerdotisa de Ishtar,
Por sua arte vai educar,
Ela que é uma prostituta da deusa,
Entendimento de antes era diferente de hoje se usa,
Das que no hoje sofrem segregação,
Antigamente à Humanidade fez contribuição,
A história ser tão engraçada,
Vemos tantas das percepções reformadas,
Aquilo pelo prazer fora ofício sagrado,
No entender de hoje ser degenerado,
Voltando ao intrínseco tema,
Veja pela história o trema,
A sedutora ao elevado,
Que do feminino foi retirado,
Como Enkidu conduzido à civilização,
Trabalhado da mente e coração,
A cumprir filosófico destino,
Amenizado na dor de nossos hinos,
Gilgamesh no futuro perceber,
Que tudo leva ao morrer,
Pois à Shamhat Enkidu foi levado,
Em seu destino fora atado.

A Romper à Casca.



Tamanha da alma melancolia,
Angel's Egg à te entender outros recorreria,
Como os grandes peixes as sombras,
Percorrendo à cidade jogadas as lanças,
Menina vazia carregando o ovo,
Do carregar perder a forma ter seu renovo,
Baleias assombrosas a lhe atormentar,
Algo não fisgado a reclamar,
Sozinha por tanto lugar à percorrer,
Como em si tendo forma à manter,
Tua narrativa de tédio a apadecer,
Tema religioso que de si vem morrer,
Símbolos e metáforas tão vazios,
De teu feitor problemas tão nítidos,
Na destruída forma o perseguir à cair ao vertical,
Água profunda refletir fim clerical,
No findar multiplica o legado,
Que acredito do autor ser recado,
O do rapaz o final do destino consumação,
Visão que sei pouco parecer noção.

quarta-feira, 6 de março de 2019

Ouvir à Hobbes.



Olho ao redor neste dia,
O vejo por aí quem diria,
Teu pensamento não conheceu ou entendeu,
A quem muito atrás morreu,
Muitos sem saber falam de teu Leviatã,
Poder repressor tão vil como Satã,
A sociedade se ajeitar por violência,
Problema muito maior que isto a cobrar consciência,
Entendo que isto de conflito civil surgiu,
E em sua mente intuiu,
Comparou Rousseau disciplina de pastor e gado em crítica,
Mas Hobbes diz que o homem é lobo do homem foi a réplica,
De monarquia isto veio surgir,
Hoje certos poderosos a política assim a vão vestir.

terça-feira, 5 de março de 2019

A Sagrada Guerra.





De um lado minhas tantas paixões,
Do outro minhas virtuosas convicções,
E eu no meio a decidir,
Por quem a espada irei brandir,
Da virtude atacar por desejo mortal,
Atacar desejo na conquista do celestial,
Quem eu irei escolher?,
Pois dos dois lados irei morrer,
Me embriagar do humano coração?,
Ou ao divino em eterna adoração?,
Até quando os exércitos da indecisão suportarão?,
Pois sem mim não mudará situação,
Desta guerra sou supremo senhor,
Hoje e para sempre tenho que me impor,
Neste tormento o divino me alerta,
Em sussuros dizendo: "Desperta!",
Tomar o direito de plenamente viver,
Ou agora e para sempre me esquecer.

segunda-feira, 4 de março de 2019

Adorada das Bruxas.



A que manifesta toda mulher,
Donzela, mãe e anciã à lua aparecer,
Lua nova, crescente, cheia e minguante,
Sempre a encontrar não importa onde ande,
Numa encruzilhada chegará,
No bom ou mau trajeto ela decidirá,
Da Grécia tentam resgata-la,
Na antiga importância restaura-la,
Aquela que do Hades sabe o caminho,
Dos de cá e lá trafega por domínio,
A sabedoria dos mortos parentes,
As palavras de consolo aos amados entes,
Isto tão belo transformado em amarração,
Da ilusão em apaixonado coração,
A que morava no núcleo da casa,
Rebaixada à ilusões de massa.

domingo, 3 de março de 2019

Como à Sun Wukong.



Caminhando como o rei macaco de China à Índia, ouvindo o saber de mestre que também do saber de Buda busca. A todo demônio e ser divino que se vê, ilumina-me e de suas histórias amadureço. Toda trajetória é como uma vida inteira, de ser ignorante ao sábio no findar.

Como das estações o ciclo, no dia passo como da China à Índia, ali junto Xuanzang e Sun Wukong, num dia chego a ouvir o Imperador de Jade alertar, no outro batalho contra os Ashuras e por vezes encontro os discípulos de Buda onde nem espero.
Percorrendo as estradas me ensinam as palavras de Confúcio, alguns iogues me falam de Krishna e assim vou caminhando, até trazer para cá os escritos de Buda.

Oh Remador!



No brasão de teu escudo, na luz de Rá que lhe cai do firmamento, reflete-se o símbolo do deus em teu barco, mas tu louva apenas dele o desenho.

 Oh remador, enquanto canta à Osíris, movendo-se com a força de teu braço no negro Nilo.

Olha para dentro do teu barco, o deus que em sussuros o chama.

Pois o deus lhe chama pelo verdadeiro nome, o nome esquecido de tua alma, este nome é mais sagrado que dos deuses e maior que de todos os mistérios.

Ouça-o em meio aos suspiros das águas, os cantos do ventos, do sopro de Seth a erguer as areias no deserto.

Ouve a sutil voz que em tudo mistura-se e perde-se no murmúrio do mundo

sábado, 2 de março de 2019

Canto à Afrodite.



Do teu toque todos carecem,
E do toque do lábio desejem,
O teu carinho é completo prazer,
A tua ira é muito pior que o sofrer,
Donzela divina a surgir,
Sua essência venho intuir,
Espírito a penetrar água espumosa,
Da pérola espuma figura virtuosa,
No prazer do casal é manifestada,
Nos doces suspiros e delícias é apreciada,
Sempre o coração lhe deseja,
A convida e espera que esteja,
Rapazes e moças a buscam,
Na tua partida sempre choram,
Em favor lhe roga,
Tu deles o coração prova.

Canto à Gaia.



A agora tão esquecida,
A todos conceber vida,
Flora, fauna, divino e hominal,
Deuses e homens lhe dar memorial,
Grande Matriarca Solitária,
Que do ventre tudo geraria,
Como então podem esquecer,
De quem sem nunca iriam nascer?,
Não percebem suas dores?,
Pois com ela cometemos horrores,
Não somos todos seus filhos e suas filhas?,
Por nosso ego cair nele em armadilha,
Quanto ainda terá paciência,
Esperando de nós nascer consciência?

terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

Dançarina do Deserto.


No sútil mover de cintura enlouqueço,
Pelos seus encantos de tudo esqueço,
Nas sombras de seu véu mora o desejar,
Pois de seus sabores venho provar,
Na conhecedora de meu coração,
Nem Alá me guarda da tentação,
O som de suas tantas jóias me é melodia,
Rodopiando e balançando em plena sinfonia,
Ela que se vem a tudo tomar,
Pelo meu amor vou tudo entregar.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

Ask e Embla.



Dos três irmãos esculpidos,
De freixo e olmo construídos,
Três foram os dons dados,
Tendo que saber serem cultivados,
A assemelharem dos divinos,
Mortal a impressionar os reinos,
Sem sofrer das ilusões,
Do corpo e espírito confusões,
Cumprindo o dever em Midgard,
Valquírias a me erguerem a Asgard,
A ouvir de Gylf a história,
Passagem a ser vinda da memória,
Dos lábios de quem me criou,
E agora tanto me recompensou.

domingo, 24 de fevereiro de 2019

Tédio.



Me renasço a todo silêncio,
Descobrindo ser em algo inéscio,
Na sombra que então caminha,
Neste palco que se recria,
Dos astros infinitos além,
No sofrer de rotina me detém,
Prisioneiro da simplória humana vida,
Em beber um pouco de arte me alivia,
Dos amores e ilusões me esqueço,
Dá profundidade do ser me esmoreço,
Perfurado do dardo de tempo a sangrar,
Nesta figura que é de eterno transmutar,
No silêncio tocado por infinito,
A si tentar ser comprometido,
No lugar a tal palavra única,
Transmiti-la de forma mística.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019

Ouvir o Coxeiro.



Ouça as palavras de lábio simples,
Através da sabedoria tão díspares,
Da maestria nunca antes manifestada,
Tanta riqueza a ser sussurrada,
Pelos olhos o Universo é visível,
Na palavra a eternidade é acessível,
Pois o Govinda está diante de ti,
Somente no silêncio o irá ouvir,
Aquele que sempre esteve dentro,
Sem tu ouvir o som de tal maestro.

domingo, 17 de fevereiro de 2019

Tritão.


Nos olhos o profundo mistério,
Que nos da donzela fica critério,
Fascínio a ser tomada,
A encantar a desavisada,
Por vir de mundo tão oculto,
Do sentimento perder-se por tumulto,
Pela tal beleza e imenso encanto,
Que a ele entrega-se por belo canto,
Não importa-se de afogar,
Já fora naufragada a amar,
Perderá de si a razão,
Pelo rapaz afogada à paixão.

domingo, 10 de fevereiro de 2019

Canto I.

Não me negue a tua única palavra,
Se poderes me dizer sem as palavras vãs,
Sem culpas, mentiras e sem paixões,
Oh minha amada, fale-me da alma.
Não ti esqueças de teu coração e de Ti mesma.
Abençoe este mundo com tua Palavra sem demora.
Fala no silêncio.
Voz do Coração.
Sem abrir os lábios se comunica,
Deixa a pegada sem o pisar.
Pois nunca fora além do que é sempre,
E nunca será além do que é eternamente,
Mas o que é não se vê,
Pois é reminiscência da Unidade,
Sendo tu o agora.

sábado, 9 de fevereiro de 2019

Aion Phanes.

Além da cintura a escamosa serpente,
Retorcendo à espiral segredo corrente,
Dos signos e deuses o rodopio a influência,
Aos entendidos de mistérios as consequências,
Significantes aos olhos serem fantasmagóricos,
Mas manifestos em tais eventos cronológicos,
Na aurora reminiscência na ruína,
Da glória carrega pretexto da sina,
Findando-se agora este tal evento,
Revelação a transparecer no exato momento.

domingo, 27 de janeiro de 2019

Meditações VII.

VII.
Tanto impressiono-me por tanto conseguir prender-me a meu próprio ego, nesta visão distorcida e corruptível de mim mesmo, sei em verdade que tudo o que faço, sempre me renega a verdadeira natureza. Tanta é a dor que me ocasiona meus desejos, meus caprichos e vontades, estranho que são no silêncio da solidão que as cometo, deliberado em suor e lágrima, diminuindo-me da face o brilho e do corpo o ânimo, em longos suspiros desfaleço em pensamentos turbulentos que se baseiam no remorso do prazer.
São pensamentos e verdades que se correlacionam, rodopiando em minha imaginação e por tanta raiva que se inflama no meu coração, por muito não consigo entender como podem mudar-se em formas o prazer à dor, como pode-se o Animal EU  ser tão rapidamente repreendido pelo Divino EU. Me parece que Zeus lança seu julgamento como um trovão a tocar a face da terra, onde o estrondo do mover de seu poder, dilata-se e reverbera, vindo do mundo das ideias ao mundo ilusório que tudo transita, onde por momento pareço-me abraçado com doçura pelo cosmos e me desvinculo, caindo-me no corpo humano deste reino transitório. Sou daqueles que acredita que infelizmente da dor, devemos no possível transformar-la em beleza e força, coordenando em agitações que se forçam a encontrar um propósito seja em alguma providência divina ou mesmo tudo servindo ao propósito de harmonizar-se a natureza.
Mas para que isto não somente seja fúnebre, ouça-me meu ouvinte, que todas as vezes em minha mente caiu de meu local agradável, onde meu coração leve torna-se pesaroso e doloroso, tento-me por meu próprio modo encontrar Afrodite e assim doar meus dias a esta bela senhora. Que as musas inspirem minhas palavras, que os anjos me ajudem a servir ao Criador e os budas das muitas direções me ensinem, que Rá em sua carruagem celeste novamente abençoe-me com sua luz este pobre mortal que por tanto esquece-se de agir como um servidor da humana alma. Que nestes dias tornaram-se tão difíceis se relembrar...

sábado, 26 de janeiro de 2019

Meditações VI.

VI. 
Todo o sofrimento que existiu-se e se existe até este momento, sempre relaciona-se a falta de cuidado a qual eu falo por vezes com imenso desejo de ser entendido, me entristece muito ver por tantas vezes Gaia se contorcendo de dor e seus filhos morrendo. Todos sendo devolvidos a ela com imensa dor e desesperança, plantas, animais e humanos, mas muitos não tendo cumprido o seu dever de viver uma vida verdadeiramente humana, embora claro que o que seja verdadeiramente humano seja um tema discutível. Mas ao olhar a história existem-se personagens sejam das religiões ou mesmo históricos que tinham algo especial, um encanto que todas as pessoas olham para inspirar-se ao bem e isto meu ouvinte é a alma humana em excelência, quão grande é e foi nossa queda. 
Pois embora nós os modernos, sejam do oriente ao ocidente, acreditemos em muito sermos mais superiores, não nos tornamos muito mais morais que os medievais, ainda cometemos os mesmos atos de loucura e ira, ainda somos em essência a mesma coisa e isto é mais perturbador que qualquer inferno religioso. Mesmo que seja Satã, mesmo que seja Hel, mesmo a Izanami ou qualquer dos mais horríveis senhores e locais para o pós morte; para aqueles que renegam a essência, seja suas emoções ou alma, não importa o vocabulário, seja a energia ou mesmo auto-estima como se desmembram na linguagem, nem um destes é pior do que aqueles que não conhecem-se, a ignorância de si mesmo é o pior dos infernos.
Existem em nós, meus ouvintes, impressos no detalhe uma impressão do divino em nós, seja o Criador Judaico-Cristão, Prometeu, Oxalá, Os filhos de Borr, Rá, Guarani e Jaci, Quetzalcoati e tantos outros que os povos se relembram em suas histórias. Mas nós temos que por muitas vezes ter que relembrar-se disto, não importando a nós o sentido que enxergamos a isto, infelizmente estas histórias sempre foram para separar-nos, mas não precisamos agir agora deste modo, estamos mais próximos que os egípcios do alto e baixo Egito, numa rede em todo globo. Tenho visto tanta maravilha, coisas verdadeiramente boas ocorrendo por estas terras, pessoas novamente tentando nos mostrar que podemos de todo o modo sermos grandes seres, não importando crenças ou opiniões políticas, desde que estejam ligadas a boa intenção, isto é o pilar central do cuidado verdadeiro  junto a disciplina. 

quinta-feira, 24 de janeiro de 2019

Saci Correndo.


No vento de pleno turbilhão se disfarça,
Rodopiando com um gorro misterioso,
Por este a nos espreitar o ser tão ardiloso
Tom vermelho de figura que se apressa,
Que tem impeto no agir malicioso,
De sentido se tem a vir pregressa,
Em interpretação que se professa,
Para muitos este é silencioso,
Vento rodopia na pegada de ser artioso,
A ludibriar em uma ação tão travessa,
Que o entendimento é tão ocioso,
Mas este têm sua intenção tão avessa,
Que a muitos na imaginação é tão possessa,
Pela visão de entendido ser criterioso,
Mas de seu sofrimento algo se confessa,
Relaciona-se fusão de algo até religioso,
De todas as formas em lugares relatar,
Em busca de entendimento deste ser,
Vindos de tempos que são de ensinar,
Conseguindo a muitos nos entreter,
No folclore que iremos algo colher,
De nossa história então algo a iluminar,
Para nossas origens temos que retroceder,
De nossos ancestrais de modo aos tocar. 

quarta-feira, 23 de janeiro de 2019

Oráculo.


Ergue a espada em direção ao então astro solene, 
Seu cálice cheio de vinho da uva a se significar,
De algo na donzela que se vem a tão glorificar, 
A tentar então enxergar maravilha no olho perene, 

Ao erguer a lâmina se descer na velocidade ao chão,
De seus sussurros se dividem sentido pelos ouvidos,
No brilho de seus olhos se vem dúbia realidade contidos, 
Entendimento que se entenderá no fundo do coração, 

Que seus olhos se fixam nas constelações tão falantes,
Rodopiando-se em seus olhos as miríades celestes, 
Junto aos seres celestes em plena harmonia as partes, 
Dos tempos em seus olhos serem tão andantes,

Oh Oráculo,

Olhe agora minha estrada em direção ao infinito,
Pois quero alçar em exuberância tal sabedoria,
Caminhando-me de modo a conseguir maestria, 
O que devo fazer sendo no agora ser tão finito. 

domingo, 20 de janeiro de 2019

Bruxa a Voar.

Do sangue objeto se enfeitiça,
A ter então mágica substância,
De nossa imaginação se atiça,
A então carregar-se protuberância,
Lá que dos olhos luz se verniza,
Em dúbia união inocência e malícia,
De sua varinha que destino alça,
No seu cálice se une a profecia,
Do gato no olhar o viajar,
Mundo que lá veio nos ensinar.

terça-feira, 15 de janeiro de 2019

Meditações V.

V.
Sabe que tenho ouvido falar sobre ti, em muitas coisas, mas sabe como as pessoas têm um prazer em falar mal dos outros, tente não incomodar-se com isto, pois é deste modo que entendemos quem temos por perto. Se as pessoas falam que os outros são arcaicos entende-se que estes agem como as pessoas de hoje, devemos entender como é o pensamento atual, que valores e sentidos, alguns reclamam sobre pessoas que amam estudar a ser algo ruim, devemos entender o motivo, se por medo de suas crenças serem atacadas a luz da ciência ou não, mas tudo com imenso discernimento e bom senso.
Se realmente tivéssemos bom senso, digo na virtude, acredito que teríamos como parte fundamental a preservação da natureza, onde nossas cidades estariam integradas a ela, mas estamos dependentes de remédio e com os pulmões negros de fumaça. Mas apenas digo a ti que se possível coloque a natureza dentro de tua casa, regue e com teu esforço limpe o ambiente, pois como os bebês que em ambientes mais perturbados choram a incomodar, com as plantas elas não florescem e murcham em pouco tempo. A maldade e as emoções afetam a delicada planta, dizem que alguns têm dedos verdes, mas veja meu ouvinte que aqueles que os têm são sempre pessoas de coração leve.
Se as plantas que são muito delicadas, semelhante deve ser  a nossa alma, pois somos criaturas que possuem o traço divino mais sutil e delicado que são as emoções, embora aqueles que a reneguem sofram de seus espinhos, são quando bem tratadas como o néctar que brindam os deuses do céu. Pois quando alguém está bem consigo, todos desfrutam de imenso privilégio e alegria, onde este néctar contamina a todos, tornando a todos em seus viveres um pouco mais felizes e os seus sofrimentos um pouco mais leves, acredito que este é um ótimo motivo, contamina-los com este fim. 

segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

Encontrar-me.

De meu coração ser cúmplice,
De suas trevas o conhecedor,
Sentimento manifesta elipse,
Forma cônica a ter esplendor,
De seus Sóis e Luas o eclipse,
De minha essência o redentor,
Nas minhas paixões ser tríplice,
A virtude a ser escondida no amor,
Lá q se misturam na laboriosa,
De desejo me ser tão tortuosa.

Versam poetas a nos entreter,
Em murmúrios tão inaudíveis,
Nós q vamos por política viver,
Choram os humanos irrepreensíveis,
A governadores de países depender,
Das multidões confusões divisíveis,
A eles que por nós foram outorgados poder,
Se submetem em alusivas torções possíveis,
Temos que se entregar a mútuas meditações,
Que resgatemos de nós os humanos corações.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2019

Meditações IV.

IV.
Então diremos sobre o óbvio, na dependência do homem a natureza, embora por meios próprios, consiga de certo modo transmutar e transformar em formas e estados a natureza, felizmente precisamos estar sempre unidos a natureza. Não é estranho que os menos próximos as grandes cidades, em grande maioria não sofram de tantas doenças como aqueles que morem nas majestosas cidades, não sofrendo também de sua violência e muitos de seus infortúnios, pois eles podem viver tranquilamente do que plantam e colhem.
Estranhamente, venho observado muitas questões sendo ditas sobre o que seria coragem, infelizmente matar ou mesmo ser perigoso não é coragem, na verdade é nítida loucura que gera dor desnecessária, embora alguns não pensem assim. Mas a verdadeira coragem, infelizmente para muitos é algo muito sutil, devemos em verdade dizer que é entregar o coração a alguém, pois ser atacado no corpo é capaz de ferir, mas a quem o ama, pode feri-lo mil vezes mais com muito pouco, podendo ser apenas um olhar. Quantas pessoas em tua vida encontrou que padeceram por amor a alguém, sofrendo de mal estar e muitas dores, pois o ferimento não é no corpo, sendo pior, pois é na alma, maltratando-a e diferente do corpo, ela pode nunca curar-se de uma atitude mal tomada, permanecendo presa a esta condição para sempre. Pois a mente diferente do corpo, esta envelhece em seu próprio tempo, onde os cabelos podem embranquecerem, o corpo torna-se mais frágil e os olhos não verem com a mesma nitidez, mas se por apego e ego, o sofrimento do passado, permanece vivo no coração.
Agora consegue entender? Quanto ao que retorno agora por ter falado da natureza, acredito que toda a forma de buscar-se saúde esteja atrelada a buscar-se tornar mais natural, embora seja óbvio, digo-o no sentido interno, deve-se ser mais transparente, embora permaneça em teu interior o impasse entre o divino e o animal. Onde em clareza, pode-se escolher no agora quem irá seguir, se o elevado ao mundano, aquilo que é transcender ou permanecer, mas como o cuidado que certa vez falei, todos podem livremente ter atenção a suas ações ou não, sofrendo sempre de suas escolhas...
Pois todas as coisas externas no humano são ao que me aparenta reflexos das interiores, se olhar a alguém e lhe parecer que a pessoa em sua natureza ou no seu modo possui certo defeito, não estranhe que esta não perceba, pois você também é assim, mas não ninguém o diz, pelo mesmo motivo. Acredito que o deus que criou a Humanidade, sendo este de sua crença, seja no oriente ou ocidente, este ser viu que seria mais proveitoso que as suas criaturas aperfeiçoassem em conjunto, mas infelizmente, demoramos muito para perceber e mais ainda para entender direito, continuemos meditando juntos.

Quetzalcoati a mover-se.


Em sua escama emplumada no olhar escondem,
Suas intenções no olhar de ser sibilante,
Nas escamas mistérios esquecidos tanto adotem,
Dos reinos vários a coexistir é viajante,
No milho o símbolo da transformação denotem,
De seus grãos se nasce algo mirabolante,
Na Humanidade que assim infeliz poucos lembrem,
Pois de sua própria origem é oscilante,
Ser que assim caminhou no inferno,
Dando a nós o significado interno. 

segunda-feira, 7 de janeiro de 2019

Meditações III.

III.
Entendo o que foi dito por ti e também por ti, meus ouvintes. Quanto ao assunto de aparecer em meu discurso que eu valorizo muito esta questão do cuidado, devo dizer que o cuidado ele é o fundamento a toda saúde quanto a um relacionamento. Seja de um deus a um homem ou de pai a um filho, mas principalmente daqueles unidos no amor, pois se estão unidos neste, eles devem cuidar deste, acredito que como a nossa estimada disse, posso me referir a ti como moça ou por senhorita? Ah! Senhorita! A senhorita nos disse, todo o relacionamento que é surgido pelo amor, deve em esforço preocupar-se com este, como a um pai e mãe é preciso estar sempre com imensa atenção ao filho, devendo trata-lo, limpa-lo e alimenta-lo do melhor que os dois possam oferecer, para que este torne-se forte e amadureça com muita saúde, por isto é tão difícil. Agora entendem o por que eu estou sozinho? Agora sem minhas brincadeiras, continuemos.
Voltando ao assunto do cuidado, devemos sempre observar que em todos os povos, sempre falou-se de escolha, pois a escolha sem responsabilidade traz imenso sofrimento, todas as vezes que nestas histórias destes povos, houve um grande sofrimento foi-se por uma má escolha que pode destruir todo um povo. Como nos ensinam desde já os romanos, gregos, persas, judeus, cristãos, árabes, egípcios, iorubás, incas, maias, astecas, babilônios, sumérios, nórdicos, celtas e muitos outros que não me relatei aqui, mas todos falam que a escolha do humano sem cuidado, sem pesar a responsabilidade e consequências de suas escolhas é um sofrimento de todo um povo, podendo ser também de toda a humanidade.
Pois agora somos deste modo pelos nossos ancestrais, eles foram pelos ancestrais deles e assim segue, do mesmo modo os nossos descendentes serão por nós, culparam a nós também como nós culpamos nossos ancestrais. Quanto isto digo, devem entender-me que refiro-me ao quesito de maldade, pois nos impressiona muitas vezes a certa tendência que temos intricada em nossa essência, não é mesmo? Pensem que eles eram tão semelhantes no intimo a nós que ainda temos os mesmos problemas na essência humana. Agora quem está nisto errado? Pode me perguntar, direi a ti que somente quem poder ver toda a história pode dizer algo, desde o seu principio a seu fim, entendendo que isto não cabe a nós, somente podemos fazer o que achamos melhor para fazermos somente, contribuiremos com alguma coisa na história.
Todo o meu discurso retorna ao ponto do cuidado, sendo o pilar fundamental, onde toda a criatura humana sofre, pois como por muitas vezes ocorre por muito cuidado, acabam pais e mães tomando más ações, embora por boas razões junto a muito medo, machucando aqueles que amam, por isto buscar este cuidado a nossas ações. Pesando com sabedoria como isto irá afetar a quem amamos, seja quem for, óbvio que tudo com imenso discernimento, esta enfim é a palavra principal, discernimento peço a todos nós. 

domingo, 6 de janeiro de 2019

Meditações II.

II.
Observe sabiamente que poucos olham ao relacionar-se intimamente a alguém com cuidado, tirando muitos dos sabores e das delícias na união em corpos, o que lhes sobram? Pois agora está nítido em meu olhar que o motivo de tantas separações, intrigas e traições, todas debruçam-se nas paixões, num fogo sem dono e a que serve apenas ao corpo, escravizando em sofrimento o sensível do ser. Pois embora a alma também delicie-se com as sensações, todas de emoções fortes e intensas, vicia-se a elas, não pode em paz saciar coisas sutis que são a maravilha da união, no detalhe percebe-se a união dos amados, se o estão unidos ou distantes.
Abaixo deste céu, tudo o que mortais como eu e a ti, podemos fazer é tomar responsabilidade, tudo é responsabilidade, infelizmente muitas vezes percebemos isto  muito tarde ao ponto de não podermos voltar, desfazendo os nossos erros. Acredito que isto atormente a ti também, embora eu não consiga imaginar o quanto, mas suspeito que conforme a velhice venha, isto cause mais sofrimento a nós, não me alongarei em algo tão fúnebre. E o preço a pagar pelo amor, este saudável e agradável a ti e a quem ame, vem-se com um imenso esforço, abnegações e muito desgaste, pois tente imaginar como podem duas vontades diferentes unirem-se, em plena harmonia e coerência, se nem gêmeos são assim, desejam vidas diferentes, quem dirá aqueles que amam-se.
É óbvio que não deve importar-se com meu conselho, pode entregar-se a muitos amores, sentir o prazer em muitos corpos, aumentando a perícia na sua busca de alegria e prazer, mas o coração depois de certo tempo, envolto numa lembrança buscará o que lhe foi mais essencial. Ou se quiser renegar a esta busca, entregando-se a uma vida afastada da alegria do corpo, por algum sofrimento ou medo, está livre, sofrendo com a solidão e o silêncio em noites longas, pois tudo está em nossa responsabilidade, nossa alegria quanto a tristeza. Pois abaixo deste céu, somos todos os prisioneiros e carcereiros de nós mesmos, a nossa prisão é o que acreditamos, se quiser acreditar que é um sábio, ou uma bruxa, um amante, uma virtuosa ou um sedutor, tudo está a teu poder, recebendo e pagando o salário por tua escolha, o bom e o ruim dela, todos unidos como as uvas num ótimo vinho.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2019

Meditações 1.


I.
Que no silêncio, encontre-se em meio aos pensamentos, a virtude necessária para através de um silêncio completo, restaurar-se em mente e coração, como assim acontecem aos que padecem no coração. Pois, observe que sempre, conseguem pesar as coisas que importam aqueles que estão olhando para a morte, esta senhora mostra o que realmente vale, se estar cheio de coisas ou pessoas, mas reflita que é melhor, estar presente que entorpecido com a alegria em comunhão.
Pois a mente e o coração, unem-se, como se os céus e a terra, tornam-se um corpo único, frutífero e magnífico, isto é o que existe-se, quando está acompanhado de si mesmo, estando presente em sua própria vida. Conforme o entender e a compreensão, advindos de um silêncio profundo, soem aos seus ouvidos, enxergará que o ruído não afetará o interno, pois as águas a caírem do céu interno, não possuem mais trovões. Erguem-se as marés, subindo a abalarem e a afundarem a todas as coisas, também secasse até não possuir vida de peixe algum ou criatura, mas como as águas, avolumam-se num canto e evaporam-se num outro.
Ao acordar, encontrará aquele que mais o prejudicou, ele se levantara contigo, olhará pelos teus olhos, respirará por teus pulmões e passará junto a ti por toda a vida, mas ao redor de teu inimigo, encontrará tantos, bondosos e malignos. Verá ingratos, brutos, insanos, maliciosos, sedutores ao mal e de toda a sorte, não se enfureça, pois tu a alguém fora, corrompendo-o também, mas próximos também estarão gratos, gentis, sábios, bondosos, inspiradores e também de toda sorte, a isto pode alegrar-se, pois também alguém fora, convertendo ao bem. Agora entenda que os deuses agem no mundo por teu corpo, tanto os demônios como os anjos, de tua carne eles tomam forma, manifestando-se, pois tu também és pontífice, mas tu escolhes por tua razão quem dará voz, tudo preocupa-se com tua intenção.
Pois a mente quando embriaga-se das chamas e também das ondas a existirem no coração, corrompe-se a mente assim ao corpo padecer, pois encontrar o próprio valor de si mesmo, em exatidão é tão difícil quanto a um qualquer olhar a uma joia; tentando encontrar em sua imaginação um valor adequado, onde tantos elevam além do necessário e outros tantos diminuem além do preciso, onde todos sofrem por verem-se errado. Mas encontrar esta perícia, este conhecimento tão maravilhoso, existe apenas no equilíbrio da mente e coração, onde este olhar avalia em virtude pela luz que busca-se o autoconhecimento, dando o valor certo que alegra coração e também é justo a mente. 

quinta-feira, 3 de janeiro de 2019

Iara a Observar.


Lá que se mora a donzela de cauda escamosa,
Em seus olhos se possui a mais perigosa fascinação,
Oculta-se num revirar da perola mais espumosa, 
De passado se recontou num transformar a ficção,
Que de sua voz doce se ergue cantoria maravilhosa,
Nos poemas se versam na beleza dela a imaginação,
Impregnada de malícia e inocência no olhar da duvidosa, 
Não entende-se os motivos então a homem sua ação,
Pois deste ato no seu passado está ligado sofrer,
Em sua ação a muito tenta portanto se reverter.