segunda-feira, 26 de novembro de 2018

Sofrer do Coração.

Como é doloroso isto,
Do sentimento alguém a dor,
Que me mutila alma nisto,
A alguém que detenho amor,

Tão vazias palavras a dizer,
Vontade de gritar forte,
Que vem me corroer,
Um respiro a morte,

Maldição do coração,
A algo me sufocar,
Que é só mutilação,
Da razão a destronar. 

quinta-feira, 22 de novembro de 2018

A Olhar o Xamã.

Da Sabedoria o pontífice,
Ser então a voz do passado,
De discurso sagrado artífice, 
Do imemorial o retratado,

Das artes o tal proprietário, 
Sempre sendo vivenciado, 
Pelo dom ser solitário, 
De tudo ser influenciador, 

Ouça a sua cantoria, 
Da fauna e flora o auxilio, 
De dualidade maestria, 
Na magia o martírio, 

Na vibração do tambor, 
Levado ao transe no rito, 
Consagrado ao labor, 
A reviver o sacro mito,

Erguido a copa da árvore, 
Secreto a se manter, 
Negado a profano que explore,
A muito a conter,

Na sua dança a exibir,
Ação incompreensível, 
Do movimento encobrir, 
Fato a ser visível,

Aos animais a sua forma,
Pelas plantas o intrínseco, 
Agir por eles por norma, 
A estes ser extrínseco. 

terça-feira, 20 de novembro de 2018

Reflexões sobre as Emoções.

Como podem ser tão múltiplos, tantas doçuras e temperos a alma vir,
Encomendadas e empregadas pelos deuses no céu, nos banhando,
Estas chuvas e tempestades, como neblinas a nos envolver,
Oh!
A água que cai sobre o corpo, sendo salgada a irritar pele,
Doce a deixar vulnerável, a pingar o meu ser,
O vento e o frio a se misturar com solo quente,
Fumaça e o silêncio a me cobrir,
Que o Criador nos outorgou a entreter,
A doçura e o sal desta chuva, me entorpecer caminhando,
Com o coração tão confuso e iludido a ver por frente,
O sabor nesse que me vele. 

Mundo à Imaginação.

Se é eternidade o mundo a existir, vindo e entristecido pela realidade,
Constituído, remido, oferecido e profando pelo coração do homem,
Contudo,
Ele é amado, apaixonado, iludido e enfurecido a gosto que tomem,
Nada se é tão definido, pois impera a alma dos homens a finalidade,
Das tantas fantasias e ambições a se forem a existir mundo,
Cansadas são as vozes, consagradas e retiradas de ser lúdico e alusivo,
Falo abertamente de poder e o interesse de tantos a falar,
Consumido os tons, tonificados as faces e desgustadas as ideias,
Agora na luz e trevas se aparecem os simbolos no decisivo,
Contados pelas retorções e torções de si a propagar,
A se pisarem e se marcarem no corpo da história como pegadas a areia.

sábado, 17 de novembro de 2018

Canto à Hipatia.


Pelos corredores se falava de tua sabedoria,
Querida que se devotava a verdade, 
Aplaudida por teus alunos pela maestria, 
Embora outros tentaram apagar a tua notoriedade,

Que se moviam rapazes a ti por amor,
Negava-os pelo deleite do conhecimento, 
Mesmo que sua devoção lhes era dor, 
Sem lhe negar o espírito por momento, 

Tu que brilhavas pelo passado, 
Dos sentidos de tua palavra,
De seu saber se têm revelado, 
A maravilha que se lavra, 

Hoje que se tornou estrela, 
Lucidez de tua percepção, 
De brilhantismo que atrela,
A encantar tua concepção, 

É tão grande mestra, 
A então nos reensinar, 
De ti algo se ilustra, 
Que devemos admirar. 

Tentar manter-se Lúcido.

Como é custoso este esforço,
De esforço me é imenso,
De meu eu que assim torço,
Do sacrifício ser intenso,

Negar tal poder a parte,
Do denso a sutil existir,
Equilibrar a contraparte,
De sadio a intervir,

Quantas palavras sem forma,
Tirano amado pelo meu eu,
De entendimento a norma,
Se negar livre de egeu,

Das muitas faces o aliado,
Conhecido a desconhecido,
Deles não ser afiliado,
A excelência o decidido,

Dos tantos sentidos,
Esvaziado de luz,
Assim serem traídos,
Por ouro que reluz. 

terça-feira, 13 de novembro de 2018

Ser Mártir.

Ousado a se desintegrar,
Temeroso a ser deturpado,
Cansado da palavra a falar,
De sua identidade o destronado,

Consumido pela própria fúria,
Desejo inerente a elevação,
De ser portador de histeria,
Verdadeira face a ocultação,

Idealizado,
Constrangido,
Iludido e Amado,
Profano a Sagrado,

Oh tão forte o murmúrio, 
Tão sem sabor a engolir,
De ação sofrer do átrio, 
Do intimo a se partir,

Consumado a existir,
Destruído a forma,
Obstruído a se intuir, 
De ideia o aroma, 

Não acredita a corrupção,
Da natureza o intuito, 
De sua alma a erupção, 
Do lógico o finito,

Ah!

Dá-me o bálsamo no gosto,
Do prazer o sofrimento,
Da responsabilidade o posto, 
De elucidar o momento. 

quinta-feira, 8 de novembro de 2018

Envia-me!

A terras de línguas antigas,
A se manifestarem tais trabalhos,
Histórias cheias de cantigas,
Sem me ser por atalhos,

Ouço a voz de sábios esquecidos,
Que me machuca nos nervos,
Do peso de sentimentos retraídos,
Que a justiça são servos,

A olhar sob areia os andantes,
De tantas juras a lábios secos,
Da solidão sofrer os amantes,
De mente ser então enfermos,

Tradição a me ser a norte,
Cantados a tal destino,
De sabedoria que se porte,
Do eu que me refino,

A sofrer das justiças,
Não sendo tão ocultado,
A tocar como pinças,
Mas a ser manifestado. 

segunda-feira, 5 de novembro de 2018

A Se Pendurar.

Minha preocupação é erguer a corda,
Pendurar o pé a se estar abaixo,
Olhar do alto ao chão pela borda,
A tudo ver invertido estar embaixo,

O sangue a se descer pela espinha,
A Pressão do sangue a própria mente,
Da mente que se esquadrinha,
Da dor do corpo pela corrente,

Se arde os olhos a se tornarem vermelhos,
Consequente das costas que estendem,
Do mal estar a se habitar a ver espelhos,
A se ter por nervos e ossos que se rangem,

Abnegação de seu bem-estar a vir,
Corpo a se entregar a tal iniciação,
Parcial a idolatrado como mártir,
Que se aguarda vir após escuridão,

Como do coração é a ocultação,
Tão macio a se ser o nítido,
Mutilado a invisível constatação,
Do próprio a ser crítico,

Daquilo a se alcançar,
Flutuante é o factual,
Do êxito a se abarcar,
Prova ao individual,

Do transe ser espiritual,
A se aceitar vir destino,
De se vencer ser ritual,
Do eu que elimino,

De estar pendurado é a dor,
Ao mesmo se significar,
Tempo demorado a compor,
Da personalidade a se amolar.