domingo, 27 de janeiro de 2019

Meditações VII.

VII.
Tanto impressiono-me por tanto conseguir prender-me a meu próprio ego, nesta visão distorcida e corruptível de mim mesmo, sei em verdade que tudo o que faço, sempre me renega a verdadeira natureza. Tanta é a dor que me ocasiona meus desejos, meus caprichos e vontades, estranho que são no silêncio da solidão que as cometo, deliberado em suor e lágrima, diminuindo-me da face o brilho e do corpo o ânimo, em longos suspiros desfaleço em pensamentos turbulentos que se baseiam no remorso do prazer.
São pensamentos e verdades que se correlacionam, rodopiando em minha imaginação e por tanta raiva que se inflama no meu coração, por muito não consigo entender como podem mudar-se em formas o prazer à dor, como pode-se o Animal EU  ser tão rapidamente repreendido pelo Divino EU. Me parece que Zeus lança seu julgamento como um trovão a tocar a face da terra, onde o estrondo do mover de seu poder, dilata-se e reverbera, vindo do mundo das ideias ao mundo ilusório que tudo transita, onde por momento pareço-me abraçado com doçura pelo cosmos e me desvinculo, caindo-me no corpo humano deste reino transitório. Sou daqueles que acredita que infelizmente da dor, devemos no possível transformar-la em beleza e força, coordenando em agitações que se forçam a encontrar um propósito seja em alguma providência divina ou mesmo tudo servindo ao propósito de harmonizar-se a natureza.
Mas para que isto não somente seja fúnebre, ouça-me meu ouvinte, que todas as vezes em minha mente caiu de meu local agradável, onde meu coração leve torna-se pesaroso e doloroso, tento-me por meu próprio modo encontrar Afrodite e assim doar meus dias a esta bela senhora. Que as musas inspirem minhas palavras, que os anjos me ajudem a servir ao Criador e os budas das muitas direções me ensinem, que Rá em sua carruagem celeste novamente abençoe-me com sua luz este pobre mortal que por tanto esquece-se de agir como um servidor da humana alma. Que nestes dias tornaram-se tão difíceis se relembrar...

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