quarta-feira, 12 de setembro de 2018

Busca de Gosto.

Como a corsa que pranteia pelo gole,
Como o cervo que se treme pela sede,
Da fadiga o homem que perde o controle,
Por beber de água que se tanto pede,

Notável é o tamanho vazio,
Que do chorar não cede,
Sem consolo do corpo macio,
Voltar-se ao vazio excede,

Choroso é este momento,
Que tanto se repete,
Mas que se torna tormento,
Da vida que se compete, 

Querer voltar a coisa verdadeira,
Não se perder por alguma tentação,
Assim podendo erguer esta bandeira,
Tentando de tantos a aprovação,

Como o indigno golpe,
Da alma do humano,
Desejando o torpe,
Culpando o fulano,

Mas é só seguir labirinto,
Dando muitas voltas,
Podendo ser extinto,
Almas tão soltas,

Falando coisa com nada,
Sendo pior que o maluco,
Tendo mente tão maculada,
Se entendendo tão pouco,

Tendo no lábio tanto sabor,
Não sendo nada além de poeira,
Não significando nada a odor,
Perdendo a si por imensa bobeira,

Não se aguentando a existir,
Culpando o mundo por tudo,
Mas ele que se tem de oprimir,
De si mesmo se tornar mudo. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário