Como a corsa que pranteia pelo gole,
Como o cervo que se treme pela sede,
Da fadiga o homem que perde o controle,
Por beber de água que se tanto pede,
Notável é o tamanho vazio,
Que do chorar não cede,
Sem consolo do corpo macio,
Voltar-se ao vazio excede,
Choroso é este momento,
Que tanto se repete,
Mas que se torna tormento,
Da vida que se compete,
Querer voltar a coisa verdadeira,
Não se perder por alguma tentação,
Assim podendo erguer esta bandeira,
Tentando de tantos a aprovação,
Como o indigno golpe,
Da alma do humano,
Desejando o torpe,
Culpando o fulano,
Mas é só seguir labirinto,
Dando muitas voltas,
Podendo ser extinto,
Almas tão soltas,
Falando coisa com nada,
Sendo pior que o maluco,
Tendo mente tão maculada,
Se entendendo tão pouco,
Tendo no lábio tanto sabor,
Não sendo nada além de poeira,
Não significando nada a odor,
Perdendo a si por imensa bobeira,
Não se aguentando a existir,
Culpando o mundo por tudo,
Mas ele que se tem de oprimir,
De si mesmo se tornar mudo.
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