sexta-feira, 27 de julho de 2018

Oculto.


I.
Das profundezas e das alturas me são os caminhos da criação,
Por cobra e falcão, me desenrolo nos mistérios de Deus acima,
Pois abaixo me deparo com o braço divino que me é a sustentação,
E nas violências de Marte e dos calores de Vênus me evidencia,
Sou o éter oculto no mundo,
Conhecimento implícito a formula,
Do explicito o tão maldito trauma fecundo,
Da lua e do saber me castigo a humana existência,
Na essência e na provisão do divino sou o tal cisma,
Revoltoso e silencioso me é a revolução da consciência,
Amada e aguardada pelos mestres que da sabedoria guardam com amor,
Por conspirador, inspirador e enlouquecedor me sou o tal fantoche,
Busco os passos de Thoth e de seus saberes o aguardado golpe,
Nas lágrimas dos sábios ancestrais que por loucos morreram,
Aterram e se enterram o caminho de seus pés.
II.
Do oculto do submundo de Izanami me salvo,
Ouço os choros envergonhados de Enki na profundeza,
Que Poimandres não me negues o tentar da alvura,
E nisto me é alvo, ter destreza nesta persona,
Na altura dos deuses e de seu silenciamento me são enigma,
Ouviria os profundos dizeres e lamentos de Salomão,
Mas me assusto de ser dele tão nítido estigma,
Como queria eu poder caminhar junto a Enoque,
Pois do Todo que é Deus o Universo se existe em sua mão,
Por estoque são os homens como pensado por Espinoza,
E na flora há de Deus a eterna habitação. 

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