quarta-feira, 10 de outubro de 2018

Choro ao Além-Deus.

Nesta infinita reviravolta,
Nas palavras sem o dizer,
Do interno me ser escolta,
Corpo sagrado a corroer,

Inflamado o corpo doente,
Doente por me ser o dono,
Embora do humano seja a frente,
Que sempre me retira o sono,

Além-Deus reservado,
Injustificado e desconhecido,
Ah! Se mantém preservado,
Da lógica não é amanhecido,

Humano me é a dor,
De sabores mesclados,
Embora seja sanguíneo odor, 
Dos tempos atravessados,

Flechados aos pontos,
Abandonado por mim mesmo,
Amado por contos,
Encontrado a segundo esmo,

Caído sob a chuva, 
Escondida sob a lua, 
Coisa que se louva,
Emoção a sentir nua,

Abaixo a alto o desencontrado,
Sorriso lamentoso a gosto,
Como por flecha ser perfurado,
Da consciência ser o posto,

Coagula a cintura,
Ter estorvo a toque,
A misturar-se tintura, 
Ocultado que evoque. 

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